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terça-feira, 10 de agosto de 2010

O homem não é uma ilha

Quando um pai de família é brutalmente assassinado apenas porque esbarrou num retrovisor de outro motorista ou quando 19 estudantes simplesmente são feitos reféns por um garoto de 13 anos numa república é porque algo está errado com nossa sociedade.
Vivemos um momento de extrema crise de valores, valores que são exatamente ligados ao dom da vida, a sua preciosidade, importância e por isso vemos que é hora de reflexão.
O que a família deste homem assassinado brutalmente por alguém que não se sabe de onde veio e para onde foi deve estar pensando? É impossível imaginar o tamanha da barbárie em que se deu o crime, é algo que transcende qualquer padrão. O ser humano não vale mais nada. Nem nos tempos das cavernas éramos tão covardes e egoístas para agirmos desta forma. Nada, nenhuma forma de pagamento financeiro, prisão, julgamento ou linchamento público fará com que essa família tenha a vida que lhe foi retirada devolvida. Acabou, é possível pensar nisso? É o fim.
A dor pode até passar, mas no futuro sempre ficará a imagem de um momento de completa insanidade de um ser humano. Isso é profundamente triste e nos coloca pontos para a reflexão.
Podemos falar dos estudantes assaltados numa festa em Araraquara. Foram 19, de uma só vez, com um menor como chefe da quadrilha. A idiossincrasia é gigantesca nesta situação, porque um menor deveria estar nutrindo sonhos, querer a faculdade, ter esperanças e não conviver no crime, na marginalidade, mas isso é fruto de um processo de desconstrução do Estado e de suas políticas públicas voltadas para a criança e o adolescente.
A dívida social que temos é um verdadeiro abismo, apesar de todos os esforços dos últimos anos, faz muito tempo que o Estado não pensa que sua função é planejar boas condições de vida para as pessoas. O Estado está paralisado, como se estivesse vegetando numa cama de hospital.
O que não podemos mais aceitar é a apatia social e o individualismo reinante diante deste tipo de questão. A sociedade do EU é a responsável pelo fim da solidariedade em larga escala, hoje vemos gotas aqui e ali, mas o sentimento das pessoas é o de covardia absoluta, não lutamos mais!
A verdade deste mundo está escondida no coração das pessoas, mesmo para quem não acredita nas emoções ou no Sagrado, vale lembrar que o homem não é, nunca foi e nunca será uma ilha.

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