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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O depois

As mãos estiveram atadas depois de uma longa noite tão acalorada por corpos que sempre se procuravam numa penumbra deliciosa. Era Daniela que pensava no que poderia ser depois, se Eduardo tinha gostado daquele encontro, de sua lengerie vermelha, de sua tatuagem de estrela na nuca. Ela não se lembrava do filme que haviam assistido, apenas de tinha em sua cabeça aquele perfume arrebatador que exalava do corpo do rapaz. Desde criança, Daniela sempre foi ligada nos aromas, sua mãe era uma farmacêutica, então cresceu no meio das fragrâncias e descobriu a importância delas rapidamente ao admirar o peito do rapaz.
Olhando para a parede cor de rosa do apartamento da moça estava Eduardo. Ainda meio absorto depois de um amor tão gostoso. Estava perdido em seus pensamentos mais profundos, fingia, até de maneira egoísta, que dormia justamente porque queria rever por várias vezes em sua mente o semblante sereno da moça enquanto os dois faziam amor. O sorriso no rosto de Daniela compensava qualquer coisa, era o mais belo dos mundos.
A cena era mais do que engraçada. Numa cama imensa os dois estavam grudados, mas batiam costa com costa. Ela era o leste e ele o oeste. Ambos sequer mexiam o músculo com medo de acordar o outro, estavam curtindo a ânsia do amor acabado. O depois, aquilo que parece não voltar...
Daniela sempre foi uma garota insegura nos pensamentos, mas sempre quis passar a imagem da mulher forte. Veio do interior estudar em SP, fazer arquitetura e com isso morar sozinha, num apartamento bem decorado, onde só convidava quem queria e neste caso, os homens que colocavam seus pés naquele espaço eram realmente especiais.
A menina olhava a todo o momento para o ramalhete de rosas vermelhas que Eduardo havia mandado no anterior e que enfeitavam a cabeceira de sua cama, pensava que o mundo masculino ainda poderia ser salvo por homens como Eduardo, para aquela menina o amor ainda não estava perdido. Já Eduardo estava um pouco preocupado com coisas banais, não sabia se Daniela havia reparado em sua cueca boxer cheia de listras de tigre, coisa horrível que havia ganhado da avó e que tinha esquecido de trocar, no apavoro do atraso do encontro, o rapaz pegou a primeira peça que havia encontrado na gaveta.
Os dois se entenderam na cama, se amaram como se estivessem numa simbiose que deixava de ser obscena e se transformava em completamente leve, tentadora e apaixonante. Quando se uniram por meio do sexo mostraram que o mundo era só deles, porque estavam vivendo um momento mágico capaz de render qualquer pensamento ruim ou equivocado, era Eduardo em Daniela e Daniela em Eduardo, uma só vida, uma só alma, as mãos dadas ficavam cada vez mais apertadas afinal o amor nunca foi um espaço amplo, mas sim uma casa pequena onde diversos móveis precisam ser cuidadosamente arrumados.
Para aqueles dois que tinham acabado de se conhecer de maneira mais íntima uma estrela no céu tinha se acendido, afinal quando se ama de maneira sincera ou pelo menos se tem prazer naquilo que se faz a mágica de um quarto pode estar bem mais acima do que um mero ato sexual mecânico. Tinha amor entre dois.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Realizações

Eu aprendi a dançar conforme a música porque sou uma pessoa movida pela esperança. Acredito nas mudanças que o tempo pode nos trazer e vejo que ele sempre nos deixa melhor, pois a idade chega e sua mente se abre para novas situações, sem medo de desatinos e ou frustrações.
É para isso que serve um novo ano, para que você retire da gaveta aquela dose de otimismo que o ano velho não deixava aparecer, agora é a vida que está se renovando, pelo menos em nossas esperanças, se o mundo não muda, por que então nós não o mudamos?
Não podemos ser sempre do mesmo jeito, agir sem esperanças e acreditar que a verdade não prevalecerá, devemos sim, lutar para que a verdade nos liberte de tudo o que é opressão, desde uma simples roupa que não nos cabe, uma comida que não gostamos, um namoro que não queremos ou um casamento que odiamos, podemos nos libertar e viver um tempo de gostosuras, basta querermos encontrar a felicidade no final do arco-íris. A vida está sorrindo, mesmo num dia de chuva, as gargalhadas estão por aí para serem descobertas e saboreadas.
Somos bem mais do que pensamos e podemos ser muito mais do que somos desde que coloquemos em primeiro lugar um projeto de vida que seja pautado na simplicidade e na autenticidade, afinal o que não é verdadeiro morre com o passar dos anos.
Esse é o ciclo da vida, hoje celebramos o começo, logo estaremos no meio e nos prepararemos para o fim, assim é o mundo, as pessoas, os devaneios que vem e vão. Estamos sempre projetando, agora é o momento de realizar. Pense nisso!