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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sinais

O que são os teus sinais? São os sentimentos que você não mostra já há algum tempo? Ou sua face arrogante que simplesmente lhe cai tão bem nestes momentos de indecisão? Não queria que tudo se resolvesse assim, que as marcas nunca se fechassem, que o tempo nunca se recuperasse. O tempo caiu em sua própria armadilha, insistiu em não passar, em se congelar, em apenas se traduzir na personificação de suas próprias idéias.
Eu fique lhe esperando, mas você insiste sempre em me ignorar, sempre em achar que estou nas suas mãos e que tenho que responder aos seus chamados no momento em que você quer. Acorde! O mundo já não é mais assim, as pessoas não podem ser brinquedos umas das outras, os sentimentos não são mercadorias que compramos numa gôndola de supermercado.
Os sentimentos nascem de nossas aspirações mais nobres, daquilo que somos mais puros em nossa essência, mas será que você tem essência? Seu sentimento parece sempre o da revanche, da discórdia, da derrota, não seria o momento de se reinventar?
Na minha vida já não existe mais espaço para você, a pessoa velha, mas sim para quem pretende ter uma vida nova, um recomeço, um novo respiro, mas será que você pode me oferecer isso?
Estamos num momento crucial: o do reencontro. Ainda percebo que suas manias são as mesmas, preciso ver suas mudanças para poder lhe dar um voto de confiança. Isso só depende de você, dos sonhos que mais almejamos, aqueles que conseguimos são sempre os mais difíceis, pois do nada sempre nasce o tudo, da tragédia sempre brota a esperança.

sábado, 10 de julho de 2010

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http://www.youtube.com/watch?v=1y7popBnOc8

O rebelde

Nos dias atuais ter o exemplo de marido em casa é algo que pode ser considerada uma verdadeira façanha, especialmente quando falamos de um casal de professores aposentados. Sabe aqueles velhinhos que você olha para carinha deles e simplesmente pensa: “Puxa, poderiam ser meus avós!?!”

Pois é, os nossos avós neste caso são Leonildo e Divina. Já passaram da casa dos 70, mas esbanjam uma vitalidade que muito meninote de 25 custa para envergar no peito.

Os dois moram em Botucatu, cidade quase pacata do interior de São Paulo, cortada pela imponente SP 300, a rodovia Marechal Cândido Rondon. Leonildo, professor aposentado é daqueles senhores que gosta de bater papo com todo mundo, seus filhos costumam dizer que ele “fala mais que o homem da cobra”, mas é assim mesmo, professor mudo não pode ensinar nada para ninguém, né não?

Já Divina é uma mulher, digamos, de personalidade forte, opiniões contundentes, às vezes são bem reacionárias, assustam as pessoas, mas de uma hora para outra esses seus devaneios se transformam em comunistas, um verdadeiro “samba do crioulo doido” que deixa qualquer um assustado e perguntando: “Mas essa é a Divina que a gente conhece?”

Leonildo não gosta muito de levar Divina para a cidade, depois de anos morando na zona urbana de Botucatu, Leonildo como um marido exemplar, resolveu atender os pedidos da esposa e foi morar na chacrinha que comprou no Recreio Vista Alegre. Aliás, não existe um nome mais bonito para um condomínio de chácaras do que Vista e ainda por cima Alegre...

Morando em contato com a natureza, a vida de Leonildo mudou um bocadinho, pois quando estava na cidade era sempre apto para um bom papo na praça com os amigos, no banco ou mesmo na loja do filho onde muitos conhecidos sempre procuravam as mais diversas soluções no setor da informática. Leonildo, mesmo sem cargo, era uma espécie de “gerente de relações públicas”, afinal sempre que podia (e ele podia bastante) estava na loja ou perambulando pela região para bater um papo com seus conterrâneos.
- Divina, vou até a cidade, venho para o almoço.

E lá se vai Leonildo montado no seu cavalo branco, como um príncipe encantado, como dizia sua esposa, para mais uma epopéia para chegar até a cidade. O duro é que às vezes a bóia ficava na mesa e Leonildo não vinha no horário certo, o que deixava sua mulher sacrossantamente irritada.

Divina se referia às idas de Leonildo para a cidade como epopéias porque o doce aposentado sempre tinha que cruzar a Marechal Rondon por pouco mais de 2 quilomêtros para desembocar no perímetro urbano de sua cidade.

Com seu indefectível Ray Ban, ao melhor estilo motorista da Viação Cometa, Leonildo passava diariamente pela SP 300 e fazia sempre o mesmo comentário: “Esse guarda que fica na base dorme o dia todo!”

O olhar de lince de professor sempre captava a figura do guarda que estava mirando para o infinito enquanto ele cortava a pista. Leonildo que já morava em sua chácara há mais de 10 anos nunca havia sido parado numa dessas fiscalizações de rotinas e duvidava que isso iria acontecer.

Mas o diabo em tudo é que a primeira vez é realmente como aquele ditado: você jamais se esquece.

O cenário é à noite, lua clara, estrelas no céu, Leonildo e Divina voltando com seu bravo Fiat Palio para mais uma feliz noite no não menos feliz Recreio Vista Alegre. Habituado a dormir cedo, Leonildo segurava o sono na raça e vinha conversando sobre a vida, os filhos, a igreja onde são ministros da eucaristia e o genro, um mal humorado dos diabos que acabou se engraçando com a filhinha querida deles.

- Ah, é um mal humorado esse meu genro!
- É Leonildo, o bicho é encrenqueiro, boca dura e às vezes fala umas coisas que me assusta, mas nossa filha gosta dele!
- Tá louco, essa menina poderia ter escolhido outro. Com tanto partido bom por aí...
- Opa, Leonildo! O guarda está dando luz para você. É isso mesmo. Olha, piscou de novo! Você terá que encostar!

Encostar? O quê? Foram frações de segundos: o rosto do pacato Leonildo, o marido perfeito, o avô que você queria para os seus netos se transformou no Belzebu chupando duas mangas.

- Por que vou parar?
- Tá louco, homem de Deus! Para, logo! É fiscalização! É rápido.
- Parar nada, ninguém para neste lugar!

O pensamento de Leonildo foi longe. A coragem encheu seu peito, justo ele que prefere pagar uma conta duas vezes ao invés de entrar numa pendenga, ele que sempre procura o caminho da reconciliação, estava tendo o seu “Dia de Fúria”, o seu dia de Michael Douglas. Só faltou a espingarda...

Ao observar a luz do patrulheiro rodoviário mandando que encostasse para uma fiscalização, Leonildo numa manobra mais do que ousada subiu no canteiro central da estrada e resolveu voltar para a cidade. O guarda ao observar o Palio atravessando o canteiro da Rondon que já estava quase deserta naquela hora derrubou até a lanterna no chão.

Divina segurava o terço que estava no retrovisor do carro de Leonildo e invocava toda a milícia celeste naquele momento de rara tensão e ousadia do marido, afinal ele estava enfrentando o Estado, a Força Pública, a Lei, oras bolas, a Polícia!

Rapidamente, o guarda rodoviário retomou a lanterna, deu uma nova focada e viu o Palio se esforçando para ganhar mão contrária à da base. Como um raio, ele entrou na viatura cortou pela passagem exclusiva dos policiais e saiu em perseguição a Leonildo e sua esposa.

Em pouco tempo, Aureliano estava na cola do casal e a sirene comendo quente. Divina insistia que Leonildo parasse, mas ele acelerou ainda mais, era o seu momento de mostrar que também podia protestar contra a falha fiscalização da estrada, contra as cochiladas de outros patrulheiros quando ele passava por ali em suas manhãs de idas ao centro de Botucatu.

Mas a prudência pedia: Leonildo resolveu encostar. Eram as preces de Divina sendo atendidas. Graças a Deus! Aureliano grudou atrás do Pálio, ascendeu o refletor, tirou a arma do coldre e caminhou até o carro.

Quando Iluminou o lugar a sua curiosidade se transformou em susto:

- Professor Leonildo? O senhor por aqui? Que história é essa de fugir da polícia?
- Fujo mesmo! E você, Aureliano, aprendeu onde fica o norte, o sul, o leste e o oeste para ser Polícia Rodoviária? Era ruim que dói na escola, dava até medo! E agora quer me dar lição de moral, vai te catar!
- Olha, professor! Num fala isso, aquela prova em que o senhor me deu zero foi injustiça, eu disse ao senhor que tive uma gripe daquelas!
- Gripe? Que gripe, nada! Me contaram que no dia anterior você tava naquele inferninho, o Raio de Sol, que ficava lá em cima, perto da Vila Maria, por isso que não sabia nada, não tinha estudado!
- Ô professor, o caso aqui é o senhor fugindo da polícia, não importa em que inferninho eu fiquei naquela prova, depois passei de ano, na pendura, mas passei.
- O senhor sabia que eu já tava pronto para furar o pneu do seu carro com um tiro? Por que fugiu de mim? Eu sou a lei!

Franzindo a testa, Leonildo simplesmente retrucou com raiva:

- Lei? Mas que lei você representa? A lei do sono? Toda vez que passo aqui tem um guarda dormindo, bocejando, até jogando mini-game eu já vi! E quando tem jogo, então? Os caras pulam quando sai gol!

Anotando a chapa e lavrando a multa, Aureliano disse que faria Leonildo pagar apenas por excesso de velocidade, que não iria considerar o desacato em nome dos velhos tempos, mas que precisaria da assinatura de Leonildo no bloco de multas.

- Eu não assino nada! Aqui só tem pedágio caro! Agora, colocaram um entre São Manoel e Botucatu. Que vergonha!

De soslaio, o patrulheiro ofereceu o bloco para Divina que balançando a cabeça disse que não poderia desrespeitar o marido. Casal unido é multado unido.

Aureliano rasgou a multa do bloco, jogou no colo de Leonildo e disse um boa noite daqueles, tipo: “Vai pra casa e não me cause mais problemas!”

Leonildo resolveu fazer o retorno e enquanto chegava em casa para finalizar mais um dia, acabou ouvindo de sua amada e quase infalível esposa:

- Pois é marido, para tanta coisa você é pacato. O que deu em você agora para enfrentar até a polícia!

A carequinha de Leonildo ficou tão vermelha quanto pimenta malagueta, o semblante da fuga de momentos antes voltou à sua face e na lata ele respondeu:

- Estava vivendo intensamente! Recordando meus tempos da militância de esquerda!

No outro dia, Leonildo passou novamente em frente à base. Quem dormia no posto de vigia desta vez? Não dava para ver, a persiana estava abaixada. A Polícia Rodoviária é prudente.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

À menina que me conquistou

Aí está você, a mesma menina que me conquistou, que me pediu colo, que chorou no meu ombro, que roubou meu coração. Essa é você, um pedaço de mim que está perdido em qualquer canto do paraíso onde jamais colocarei meus pés porque o destino não quer que nos encontremos.

O destino nos separa. Uma vida nos afasta, dois corações se ferem, sangram, agonizam pela vida. Não conseguem bater ao mesmo tempo, estão sempre descompassados porque cada um vive o amor no seu ritmo. Eles só se entendem na distância, na escuridão da noite, quando estamos recolhidos em nossos pensamentos mais profundos.

É no meu travesseiro que penso em você. É no meu aconchego que sinto você. É todo dia, toda noite, toda hora, a qualquer momento. É a lembrança gostosa de tudo que se foi, aquela bala que está em nossa boca pertinho do fim, mas que a gente quer que jamais termine. O nosso amor é assim, sempre perto do fim, porque o fim é emocionante e sempre será o primeiro passo para o recomeço.

Você nunca quer o que eu quero, afinal é simplesmente assim que nossa paixão ardente faz morada. São nessas contradições perigosas que só mesmo nossa vida é capaz de nos proporcionar que ganho forças para tentar entender o porque estamos sempre nos conectando, nos batendo, nos encontrando.

O nosso encontro é um vendaval, um terremoto de sensações, uma explosão de sonhos, porém é nesse universo abstrato que me encontro para poder viver como quero, para enfim nascer no mundo que idealizei, para começar a ter a forma de prosseguir nessa caminhada da maneira mais simples e importante que escolhi para mim.

Somos assim: um no outro, separados por nós mesmos, e unidos por nossos sonhos. Somos de vidas diferente, de corações unidos, de palavras rápidas, de olhares longos, de carinhos confusos, elogios rasgados e de amor incalculável. Isso mesmo, somos deste jeito, um turbilhão de emoções, um vendaval, a minha mão grudada na tua, olhando para os teus olhos e sentindo o brilho da lua. Eu sou assim: sozinho.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quem não gosta da Copa, fica quieto e se toca!

Até rimou. Ou não é verdade? O título do texto ficou surpreendente na minha modesta opinião. Não dá para chamar de mariquinha quem não gosta de futebol, até porque elas batem um bolão não é de hoje e chamar homem de mariquinha numa cidade que levou 50 mil pessoas para a Parada LGBT soa a homofobia, certo?[lm]

O fato é que pretendo apenas dizer que é uma pena ver a Copa do Mundo acabar, aliás, é pior ainda não ver o Brasil não levar o título, diante de times com um jogo tão abaixo das nossas expectativas.

Entretanto, o tema aqui não é o Brasil, mas sim gostar de futebol e da Copa do Mundo. Muitos têm o sagrado direito de não gostar, mas é piegas, para não dizer démodé achar que a paixão do brasileiro é mais “patriótica” em dia de jogo da seleção. O brasileiro é um patriota nato e vaia até um minuto de silêncio como bem disse Nelson Rodrigues, e a Seleção é sim a “Pátria de Chuteiras”.

Na verdade quem nunca jogou o bom e velho esporte bretão tem essa mania de dizer que o futebol é chato, que a Copa é uma lavagem cerebral e que não agüenta mais tanta gente falando deste torneio e que graças a Deus está acabando essa famigerada orgia da Fifa. Nossa Senhora, quando vejo este tipo de coisa fico pensando o seguinte: será que essas pessoas não conseguem entender a importância do futebol como negócio no mundo de hoje, ele gera empregos, paga polpudos salários para os astros (azar de quem não conseguiu ser um deles) e infelizmente para os chorões está arraigado no ventre social de diversas nações e com mais força no Brasil, o maior campeão de todos os tempos.

Um episódio vale ser contado. Certa vez, nos anos 70 quando Pinochet era ditador no Chile ocorria uma partida do campeonato daquele país quando a certa altura o governo apagou as luzes do estádio. Todo mundo inconscientemente começou a gritar “liberdade”, isso durante um jogo de futebol, numa das mais sangrentas ditaduras da América do Sul. Este esporte é fantástico, não? Onde mais o povo enfrentaria o poder senão num estádio?

O fato é que temos inúmeros episódios de comoção com a boa e velha Jabulani rolando, mas os xaropes de plantão que preferem programas universitários de música coreana (sem ofensa aos coreanos, mas a música de lá deve ser bem ruim comparada a nossa MPB), insistem em chamar o futebol de “ópio do povo”, num jargão que nem mais os comunistas (que ainda) existem proferem.

Isto é um reflexo da infame ditadura militar no Brasil que espertamente se apropriou do futebol nos anos 60 e 70 para se popularizar entre o povo. O “Pra Frente Brasil” virou lema contra a ditadura. Entretanto, estes mesmos que hoje metem o pau no futebol não conhecem a saborosa história do Centro Acadêmico da USP nos anos 70.

Pois bem, jogavam Brasil x Tchecoeslováquia (país comunista da cortina de ferro). Petras, marca um a zero para os tchecos, a torcida comunista vibra, apesar de Petras comemorar com um sinal da cruz o gol para protestar contra o ateísmo do regime de Tito.

Os uspianos diziam que estavam torcendo contra o Brasil, pois aquele time era do presidente Médici, da repressão, da alienação, enfim, da ditadura. Muito bem, não é que quando o Brasil empatou era comunista pulando e gritando pra todo o lado dizendo que era gol e GOL da Seleção. Ali não tinha política, tinha simplesmente o futebol, um momento de prazer, como uma relação sexual das mais desejadas, um momento mágico de felicidade, um pedaço daquele bolo gostoso que só a nossa mãe sabe fazer.

É por essas e por outras que quem fica falando que não gosta de futebol, que odeia a Copa e etc pode estar no seu direito de ser do contra, mas bem que essas pessoas poderiam ser do contra de bico fechado. É preciso respeitar quem gosta da Copa e do futebol, neste caso, a maioria e em regimes democráticos à vontade da maioria manda. Que venha 2014, pois já estou sonhando com a Jabulani rolando por aqui!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eterna em mim

Eu sou apenas você. Sou o que você foi, porque você me completou durante toda uma vida, uma história que se passou, como um rio que se encontra no mar, como uma boca que beija a outra. Nos misturamos, como tintas diferentes para sermos apenas uma cor, a cor do nosso amor, a cor da nossa vida, da nossa história.

Quando você partiu a dor tomou o seu lugar. Ficou pingando, aos poucos, encheu uma lata, duas, três, era, o meu choro, virou água se fundiu com a saudade que tinha de você. Era difícil entender porque você sumiu, foi tudo aos poucos. A medida em que os anos passam, as pessoas somem, a vida acaba.

O que vem depois do fim? Vem a dor de quem fica, a dor que dilacera, mas que ao mesmo tempo acalma e nos ensina que a vida é uma árvore que tem um tempo para produzir seus frutos. Nós somos esses frutos, nos misturamos com outros quando caímos no chão, buscamos nossos pares. Quando encontramos temos a certeza de que viveremos ao seu lado por um longo tempo.

Mas o tempo não é longo, o tempo é curto. Qualquer período é curto para o amor. Pode ser um século, um milênio, uma era, ele sempre será pequeno demais, afinal o amor é eterno.

O amor perpassa a eternidade do tempo, destrói as amarras da vida e vai até o paraíso buscar quem nos deixou. Só o amor lhe traz de volta todas as noites para a beira da minha cama, para alisar o meu cabelo, segurar a minha mão, beijar os meus lábios.

O amor é imortal, o tempo não se conforma com isso, e assim controla a humanidade e lhe causa muita dor por isso. Como mais um na humanidade sinto diariamente essa dor, porque o tempo é mais forte do que eu, mas bem mais fraco que o que nos une.

Choro porque sou mortal. Vivo neste mundo porque o eterno há de chegar, mas continue sendo o bálsamo de todas as noites, o perfume das novas primaveras que virão, o orvalho dos outonos e os ventos cortantes de qualquer inverno, pois o que a tristeza ainda não conseguiu destruir é a exatidão de saber que sua alma é eterna em mim.