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terça-feira, 6 de julho de 2010

Quem não gosta da Copa, fica quieto e se toca!

Até rimou. Ou não é verdade? O título do texto ficou surpreendente na minha modesta opinião. Não dá para chamar de mariquinha quem não gosta de futebol, até porque elas batem um bolão não é de hoje e chamar homem de mariquinha numa cidade que levou 50 mil pessoas para a Parada LGBT soa a homofobia, certo?[lm]

O fato é que pretendo apenas dizer que é uma pena ver a Copa do Mundo acabar, aliás, é pior ainda não ver o Brasil não levar o título, diante de times com um jogo tão abaixo das nossas expectativas.

Entretanto, o tema aqui não é o Brasil, mas sim gostar de futebol e da Copa do Mundo. Muitos têm o sagrado direito de não gostar, mas é piegas, para não dizer démodé achar que a paixão do brasileiro é mais “patriótica” em dia de jogo da seleção. O brasileiro é um patriota nato e vaia até um minuto de silêncio como bem disse Nelson Rodrigues, e a Seleção é sim a “Pátria de Chuteiras”.

Na verdade quem nunca jogou o bom e velho esporte bretão tem essa mania de dizer que o futebol é chato, que a Copa é uma lavagem cerebral e que não agüenta mais tanta gente falando deste torneio e que graças a Deus está acabando essa famigerada orgia da Fifa. Nossa Senhora, quando vejo este tipo de coisa fico pensando o seguinte: será que essas pessoas não conseguem entender a importância do futebol como negócio no mundo de hoje, ele gera empregos, paga polpudos salários para os astros (azar de quem não conseguiu ser um deles) e infelizmente para os chorões está arraigado no ventre social de diversas nações e com mais força no Brasil, o maior campeão de todos os tempos.

Um episódio vale ser contado. Certa vez, nos anos 70 quando Pinochet era ditador no Chile ocorria uma partida do campeonato daquele país quando a certa altura o governo apagou as luzes do estádio. Todo mundo inconscientemente começou a gritar “liberdade”, isso durante um jogo de futebol, numa das mais sangrentas ditaduras da América do Sul. Este esporte é fantástico, não? Onde mais o povo enfrentaria o poder senão num estádio?

O fato é que temos inúmeros episódios de comoção com a boa e velha Jabulani rolando, mas os xaropes de plantão que preferem programas universitários de música coreana (sem ofensa aos coreanos, mas a música de lá deve ser bem ruim comparada a nossa MPB), insistem em chamar o futebol de “ópio do povo”, num jargão que nem mais os comunistas (que ainda) existem proferem.

Isto é um reflexo da infame ditadura militar no Brasil que espertamente se apropriou do futebol nos anos 60 e 70 para se popularizar entre o povo. O “Pra Frente Brasil” virou lema contra a ditadura. Entretanto, estes mesmos que hoje metem o pau no futebol não conhecem a saborosa história do Centro Acadêmico da USP nos anos 70.

Pois bem, jogavam Brasil x Tchecoeslováquia (país comunista da cortina de ferro). Petras, marca um a zero para os tchecos, a torcida comunista vibra, apesar de Petras comemorar com um sinal da cruz o gol para protestar contra o ateísmo do regime de Tito.

Os uspianos diziam que estavam torcendo contra o Brasil, pois aquele time era do presidente Médici, da repressão, da alienação, enfim, da ditadura. Muito bem, não é que quando o Brasil empatou era comunista pulando e gritando pra todo o lado dizendo que era gol e GOL da Seleção. Ali não tinha política, tinha simplesmente o futebol, um momento de prazer, como uma relação sexual das mais desejadas, um momento mágico de felicidade, um pedaço daquele bolo gostoso que só a nossa mãe sabe fazer.

É por essas e por outras que quem fica falando que não gosta de futebol, que odeia a Copa e etc pode estar no seu direito de ser do contra, mas bem que essas pessoas poderiam ser do contra de bico fechado. É preciso respeitar quem gosta da Copa e do futebol, neste caso, a maioria e em regimes democráticos à vontade da maioria manda. Que venha 2014, pois já estou sonhando com a Jabulani rolando por aqui!

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