Até quem não acredita em Deus, por mais que diga isso com convicção, no seu interior fica se duvidando da existência ou não do Criador. Afinal de contas, é muito pouco pensar que o mundo se resume apenas a essa vida na Terra.
Quando escrevo estas palavras estamos no Domingo de Ramos. Entramos na semana de agonia de Jesus, onde ele entrega sua vida, para mostrar aos homens qual o verdadeiro sentido de se doar.
Jesus, nascido entre os simples, no meio de animais, com pastores, podemos até dizer com os favelados, foi Mestre justamente porque nunca aceitou durante toda a sua vida o sistema de opressão imposto pela sociedade sobre as pessoas e que nós erroneamente apreciamos. Ao contrário, Jesus foi um grande revolucionário e nunca pegou numa espada, usou apenas aquilo de mais letal que o ser humano tem: o amor.
Foi o médico em busca dos doentes, não ficou encastelado em templos, palácios ou apegado em doutrinas e se negando a dialogar com as pessoas. Ao contrário, Jesus foi durante sua vida terrena a luz para quem precisava e continua sendo a força de quem é desesperado.
Com suas palavras e atos inverteu uma sociedade que massacrava as mulheres, mostrando a todos que ninguém poderia matar a adúltera, pois somos tão pecadores quanto ela foi, conviveu com prostitutas, a maior prova é Maria Madalena que depois ganhou novas funções devido à imbecilidade de Dan Browns e outros medíocres...
Em sua época, Jesus já havia dito que as crianças eram o futuro, o nosso maior tesouro e também nos alertou que nos dias de hoje muitos apareceriam dizendo que pregam em seu nome. De fato, Jesus acertou em cheio, e em todo lugar tem sempre alguém tentando tirar vantagem do seu nome, como e falar de Cristo fosse sinônimo de lucro, ao contrário, falar de Cristo é sinônimo de sofrer pelos mais fracos.
O gesto de morrer crucificado é tão importante quanto o de lavar os pés dos irmãos na Santa Ceia. Os dois são exemplos de doação, ser crucificado seria a mesma coisa de ser condenado à pena de morte por ter cometido um crime hediondo e lavar os pés dos discípulos é algo parecido com socorrer os que mais precisam, ou seja, quem tem mais deve dar mais para aqueles que necessitam e estão de mãos vazias, e quantos hoje abanam as mãos, não?
No mundo de hoje falta o espírito de Cristo, muita coisa mudou, não quero falar de valores, pois nem eles são os certos. Mas não se tem mais o compromisso de ser humano, de ver a face esplendorosa do bem reluzindo no rosto de cada cidadão. As pessoas atualmente não confiam mais umas nas outras, o companheirismo sumiu, o mundo pereceu. Será que Cristo foi derrotado?
Ao contrário, Cristo não foi e jamais será derrotado, pois sua mensagem é a árvore boa que dá frutos cem por um. Hoje, o que é mais difícil é encontrar pessoas dispostas a ser como São Paulo que despiu-se de sua vida para viver a vida com Cristo, assim como os demais apóstolos.
Numa conversa com um amigo, perguntei a ele sua opinião sobre as curas dos apóstolos. Disse-lhe que ficava sempre chateado por nossa incompetência e falta de fé ao tentar curar alguém. Mas a explicação que ele me proporcionou preencheu meu coração.
Ele lembrou que todos podemos fazer milagres desde que deixemos tudo para trás e não brinquemos de pregar a palavra e os costumes de Jesus. Foi uma cobrança feita de maneira direta e esclarecedora, enquanto não deixarmos nossas vaidades de lado, não poderemos viver uma vida em plenitude. A semana santa é o momento para que mudemos nossa trajetória de escuridão para termos mais esperança.
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