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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A rosa- Capítulo I

Sandra olhou pela janela e viu que uma rosa estava na porta de sua casa. O coração acelerou, a visão ficou meio destemperada e num pulo saiu do sofá onde se dependurava para espiar a rua e caiu como uma gata, em pé, no meio da sala.
Na porta, se atrapalhou como sempre com as chaves, mas na terceira tentativa conseguiu destrancar a maldita. Para ela a epopéia de descer do sofá e correr até a porta eram como anos numa prisão, uma pena que nunca terminava.
Abaixada viu aquele “Príncipe Negro” em forma de botão jogado em sua porta. O tomou pelas mãos, deu aquela tradicional passada pelo nariz para sentir o aroma da flor e depois correu para a cozinha para colocá-la na água. Pensou até em deixá-la na sala, mas seu pai poderia achar muito exibicionismo de sua parte e correu para o quarto, antes que Duda, seu irmão mais velho chegasse da faculdade.
Sandra procurou na sua “gaveta da bagunça” a agenda com o telefone das amigas, afinal precisa contar a novidade. Usou e abusou do MSN, do Twitter e do Orkut e tome foto na internet! Era uma menina de 16 anos contando para todos que havia recebido sua primeira rosa.
- Isso, uma rosa linda. Jogada por ali, bem ali..., toda na minha porta. Só pode ser pra mim, afinal mulher não dá rosa para homem, né, Marina?
Com os pés na parede e olhando as estrelinhas que ficavam penduradas em seu teto, Sandra falou com Marina, sua fiel escudeira sobre como era ganhar uma rosa. Marina, sempre com seu ar de intelectualidade disse para Sandra tomar cuidado com as coisas do coração. De certa forma, aos 16 anos e meio, Marina sabia o que falava, afinal de contas já tinha passado por alguma experiência deste tipo.
Mas a euforia de Sandra impedia que qualquer conselho lhe entrasse na cabeça. A rosa era um troféu, algum menino estava apaixonado por ela. Marina também disse que poderia ser uma menina, mas Sandra reiterou que seu negócio era realmente os meninos.
- Marina, num rola com mulher. Não sou como a Juliana, ela gosta a gente respeita.
Aos 16 anos ainda é preciso estudar, concluir a última série do ensino médio. Mas naquela tarde e noite, quando o sol começa a namorar com a lua, era impossível que Sandra se debruçasse sobre os livros. Ela só tinha atenção para a sua rosa.

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