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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mundanos e covares

Para falar do sempre é necessário ter passado, sentido e sofrido. É assim que se moldam os grandes amores. Amar não é viver uma vida de açúcar, mas é doar-se, se encontrar no outro, entender suas neuroses e respirar por ele quando é preciso, carregá-lo nos instantes mais extenuantes.
É fácil amar quando se está no paraíso, na hora em que tudo vai bem, quando o bolso está cheio, entretanto, o amor termina quando não queremos mais nos entregar para o outro. Amor é entrega, sofrimento prazeroso e sem necessidade, apenas porque se ama...
Não somos acostumados a amar desta forma. Aguardamos o mais fácil, o amor de escola, de pegar na mão, de ir ao cinema, no bailinho, queremos somente este amor, o fácil, o insosso.
A vida não pode jamais ficar sem gosto, senão para quê o sangue corre em nossas veias? Se deixarmos de viver intensamente de que adianta ser feliz na mediocridade? Vale mais um segundo de felicidade plena do que a eternidade de prazer medíocre.
O dilema de nossa vida é que queremos sempre o bem estar e com ele todas as outras benesses possíveis. É o ter, o mais, o poder. Nunca pensamos que existem os outros, aqueles que são menores que nós em corpo, porém muito maiores em espírito.
Podemos ser médicos de almas, de sonhos, de homens, mas precisamos ser médicos que curem o nosso interior primeiro para estando em paz com nossa consciência termos a capacidade de andar por esta Terra dando um sinal de esperança para quem já desanimou.
Nos dias atuais não é fácil encontrar a verdadeira luz no meio de tanta ilusão, de tanta treva, de um ódio sobrenatural que faz com que homens se digladiem sem nenhuma razão. Mas era assim também no passado, afinal ele já foi presente. Os homens mataram no passado por nada e hoje repetem a mesma história como uma ópera que sabemos como terminará.
A humanidade é terra seca, precisa ser arada, mas não pode ser arada por inteiro e de uma vez só, justamente porque não tem tantos agricultores para isso ao mesmo tempo. A videira tem seus ramos e é fundamental fazê-los permanecerem unidos, coesos na mesma idéia, na mesma expectativa.
Somente homens que são capazes de ver o futuro na doação é que poderão brilhar como fonte de esperança para quem precisa. Da treva virá à luz, pois a luz é eterna, nunca se apaga, por mais que tentem, a luz rompeu a morte e nós sabemos disso e somos testemunhas, apenas não queremos assumir essa missão como nosso ideal de vida. Como somos covardes, não?

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