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domingo, 4 de abril de 2010

Santidade, não tem preço!

A pedofilia é um dos ou talvez o crime mais hediondo que um ser humano possa cometer. Feito por um sacerdote ainda é por demais asqueroso, nojento e cheira a coisa do diabo. A Igreja enquanto instituição tem que punir sumariamente este tipo animal que põe em prática uma barbárie deste nível. Apurar os fatos e divulgá-los à opinião pública é o mínimo que se deve esperar do Vaticano que por enquanto continua na defensiva e não posiciona oficialmente sobre o assunto. Apenas vem pedindo diuturnamente maior envolvimento dos padres com suas comunidades.
Entretanto, neste domingo da Ressurreição de Cristo, algo me chamou a atenção. A emissora da Igreja Universal do Reino de Deus, aquela mesma que não se sabe muito bem de onde veio, que recentemente foi derrotada na justiça pela Folha de São Paulo e que está sendo investigada pelo Ministério Público Federal por evasão de divisas deu grande destaque em seu jornalístico dominical, o Domingo Espetacular, para o escândalo católico.
Do ponto de vista jornalístico é corretíssimo noticiar, mas do ponto de vista moral não é, especialmente para uma emissora ligada a uma suposta igreja. Afinal de contas, até vídeos pedindo dinheiro já foram mostrados na Internet e na grande imprensa de gente da Universal que apenas para atacar a Igreja Católica agora se aproveita do escândalo dos padres pedófilos e bandidos para tentar macular ainda mais a instituição.
O que pretende a Universal? Abrir uma guerra santa contra a Igreja Católica? Ao invés de estender um braço de amor e buscar o ecumenismo religioso em tempos tão difíceis onde parece que o mal está ganhando do bem? Não existem pedófilos somente entre os padres católicos. Pedófilos estão presentes em toda classe de atividade, seja ela religiosa ou profissional, a pedofilia não tem religião. Ao contrário, os pedófilos se aproveitam de qualquer religião para se esconder e praticar seus atos deploráveis contra pessoas inocentes.
Já basta de falso moralismo no jornalismo brasileiro e mundial. Na verdade, a Igreja Católica dá ibope justamente porque conduz a barca de Pedro, entre seus muitos erros e acertos, há mais de dois mil anos. Ou seja, a Igreja Católica está sempre no centro das grandes discussões, pois tem coragem de fazer uma Campanha da Fraternidade falando de dinheiro e exploração religiosa, diz não para o aborto e até é conservadora demais por ser contra o preservativo como método contraceptivo.
Mas ninguém pode negar que todos, quer sejam de qualquer tipo de mídia forem, estão sempre interessados em saber o que Igreja Católica pensa sobre determinado assunto. Aliás, quantas vezes foram perguntados os membros da Universal sobre seu posicionamento público com relação a métodos contraceptivos ou questões financeiras? Este jornalista desconhece alguma consulta. O que vemos nestes casos mostrados na mídia é que o tempo da páscoa, ápice do catolicismo, parece ter sido escolhido cirurgicamente para colocar à baila o tema dos padres bandidos molestadores de crianças.
Seria muito melhor noticiar que estes padres pedófilos estão presos, assim como os demais criminosos, do que apenas ficar cobrando publicamente uma postura do Vaticano. Afinal de contas, santidade não tem preço. Mas para alguns, ela custa caro!

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